- porque dessa fruta eu chupo até o caroço! -

Tuesday, April 11, 2006

Tosá,
nada como uma garota de Ipanema....
Se liga no fio dental frontal.
Uhuuuuuuuu!
Essa foi pra vc, gatinho!
Beijos da Divine.

Thursday, April 06, 2006


Domingo,Sobradão do Rock. Isso já faz um bom tempo. Divine tomava cachaça com Mirta, enquanto imaginavam como tornar aquela noite menos previsível. Muita disposição e nenhuma grana. No andar de cima, sujeitos mal encarados de mais para qualquer acharcação. De volta ao andar de baixo, o cenário era o mesmo. Sentadas na mesa, pouco assunto, observavam os seres daquele lugar... inferninho. Um punk entra empurrando um aleijado na cadeira de rodas. Não era preciso chegar perto pra sentir o cheiro de maconha que ele exalava. Instigação. Logo depois, o punk sai sozinho. Merda! Um casal brigando derruba cerveja em Mirta, o que as faz mudar de mesa. Agora estão perto da porta, onde se tornaram alvo fácil dos vendedores de tudo. Depois de discutirem por terem comido do amendoim que não tinham a menor intenção de comprar, veio o china. Ele segurava uma caixa com pequenos elefantes brilhantes. Divine demorou a perceber, mas aquele pequeno artefato era na verdade um batom. Vermelho-Paixão. Com embalagem em forma de elefante, com pisca-pisca.
- Desculpa moço, eu não uso batom. E também tô sem grana....
- O moço mandou de presente! Presente! Presente!
O china agora apontava para uma figura nas sombras, o sujeito da cadeira de rodas.
- Foi mal moço, mas eu não vou aceitar.
Após ser fuzilada pelo olhar de ódio do china, Divine viu que a tal cadeira se movimentava em sua direção.
- Não quero incomodar vocês, mas to esperando um amigo e vou ter que ficar aqui durante um tempo e.... não gosto de beber sozinho.
Era um coroa franzino, sem pernas. Cara marcada, sua vida com certeza não era fácil. Mirta logo se adiantou e seu bolso vazio disse que não havia problema. Levantou pra pegar copos e a cerveja que o novo amigo pagava.
- Desculpa ter oferecido o batom... eu vi que você não gostou. Eu não espero nada de você, mas eu queria te dar alguma coisa. Eu tava te olhando de longe.... achei você diferente... bonita. Não, não era pra você ficar sem graça!
Divine sorriu amarelo e tratou de beber logo aquela cerveja. Não se deu conta de como elas se mutiplicaram. Talvez porque o sujeito permanecesse quieto e não a constrangesse mais. Ela já sorria quando ele perguntou:
- Tem certeza que você não quer nada? Eu sei que você nunca teria nada comigo e além de tudo você é muito novinha.... mas te dar alguma coisa me deixaria feliz....
- Voce tem um beck?
Ele riu.
Lá dentro, onde algum dia houve um palco, Divine e Mirta se surpreenderam quando ele suspendeu o seu “cotoco” e puxou um tijolo de cerca de 2 kg de maconha. Logo, Divine se lembrou do cheiro intenso que havia sentido antes, mas que acreditou ter vindo do punk. Olhou o aleijado com outros olhos e achou que ele poderia ter escapado de um presídio... quem sabe ontem. Ele lhe estende um papel de caixa de sapato e dois grandes punhados de bagulho.
-Esse é pra você fumar depois e lembrar de mim. O outro, aperta agora.
Mesmo entretida desberlotando o que pareciam ser 15 gramas, Divine notou a entrada de alguns amigos, inclusive os dois rapazes com quem ela e Mirta então saíam. Eles se aproximaram, o que deixou Divine muito feliz. Já o aleijado parecia não estar contente com as dez cabeças que agora encabeçavam seu beck. Alguns minutos depois, ele chama Divine, visivelmente transtornado. É quando ela se dá conta: ele e sua cadeira já estavam de fora da roda. Travou o baseado e disse que se ela quisesse fumar, teria que ser com ele.
Divine não deu a menor importância... talvez tenha ficado quase assustada. Chapada, deu as costas, puxou seu namoradinho pela mão e foi embora.
Dois meses depois, vagava sozinha pela Joaquim Silva.... sexta feira. Ao descer da escadaria, tropeça em uma cadeira de rodas. Era ele. Pede para ela lhe fazer companhia, só aquela noite. Com os olhos injetados ele apertava o braço de Divine com força. Mas ela tinha uma grande vantagem. Retrocedeu e apertou o passo, sumindo na multidão. Olhou pra trás e ainda o viu vociferando, com os braços estendidos em sua direção.