- porque dessa fruta eu chupo até o caroço! -

Monday, November 19, 2007

Estupro.

Todo dia quando ele chegava ao trabalho, ela, por fetiche ou sei lá o quê, punha-se a observar o andar meio rebolado daquele cidadão estranho. O cabelo dele, escorrido com um gel meia pataca e repartido para o lado esquerdo, combinava com o imenso e grosso óculos que além da quase cegueira, era denotativo do profundo mau gosto desta personagem. Sua camisa azul motorista, à moda antiga abotoada até o pescoço, seguida de uma esdrúxula e puída gravata borboleta vermelha, nada tinha que ver com os seus sapatos marrons afilados e chamativos; por fim, para nos bastarmos de deleite com a estranhice alheia: o seu suspensório vinho prendia à sua calça social azul marinho à altura do umbigo.

Portanto é para surpresa e espanto de todos que justo ela fosse criar qualquer tipo de fetiche ou desejo em figura tão desairosa. Esta bela mulher dos seus cabelos cacheados, e olhar de um profundo cor de mel, uma linda boca carnuda, de corpo torneado e esbeltos braços, de sua morenice advinda do costume de banhar-se ao sol, da justeza de suas roupas decotadas e da altivez do seu andar, sapiente de que encanta. Do desenho de sua bunda e pernas simétricas, talhadas pelo samba que melhor escultor não há, da sua presença e magnitude de espírito, do seu desenrolo em assuntos tão caros às mulheres, em sua forma direta e desenfreada de lidar com os homens. Era tão onipresente que por vezes até aos homens mais sórdidos punha medo. Pois no trabalho, como em qualquer outro ambiente social que freqüentasse, era uma mulher extremamente desejada.

Já ele trabalhava ali há 20 anos, não houve, desde então, qualquer notícia que diz respeito pela afeição dele pelo sexo, nunca foi visto com mulheres, nem de dizer sobre elas. Quando era convidado a alguma festa sempre se esquivava, mesmo nas comemorações de final de ano do trabalho era o primeiro a sair, logo após o brinde inicial. Era um anti-social de fato, conquanto não fosse um chato. Sua inclinação a labuta e sua subserviência faziam-no um trabalhador que todo o patrão gostaria de ter, mesmo que este patrão fosse o burocrático e tolerante estado. Já ela era “nova” na repartição, parecia ter vindo de transferência de outro lugar. Fazia parte do seu mistério não falar muito do seu passado. Embora fosse uma bela mulher, não pairava qualquer dúvida no que diz respeito as capacidades intelectivas e racionais desta senhora, como é praxe dentre nós, os machistas. A sua impulsividade atrelava-se a uma competência fora do comum, o que fez com que ela alcançasse rapidamente o cargo de chefia.

Com isto tudo que vos digo, assoma-se agora um comentário geral e maldoso de toda a repartição a respeito dos dois: ele era um “homem afeminado”, ela era uma “mulher quase homem”. Assim sendo, o senso comum - sempre preconceituoso - daquela repartição só poderia crer que o olhar e a observância daquela àquele era ou por desdém ou compaixão, nada mais. O que eles não sabiam, até mesmo porque não havia nenhum narrador para lhes contar, era que: o quê encantava aquela não era exatamente o tipo de homem que era ele, mas um detalhe em especial: a imensao protuberância que jazia sob sua calça. Sim! Pois nós, homens destreinados, e mulheres menos perspicazes tampouco fariam sorte de olhar para este “pequeno” detalhe, quando mais o detalhe compusesse figura tão híbrida e bizarra. Mas ela, com um tino animalesco pela sobrevivência hiper – desenvolvido, notou. Não só notou como naquela sexta-feira de lua cheia, propositalmente, dispensou a todos do expediente mais cedo, enquanto cobrava dele uma solução para um problema insolúvel, pormenores de serviço público. Quando o ultimo foi embora, pouco antes das 18:00hs, ela, após certificar-se de tudo, chamou-o, irritadiça e leve, a sua sala.

- o sr, por favor, queira se dirigir à minha sala - falou, num tom imperativo e doce.

Como de hábito, ele somente levantou os olhos e já ia cumprindo a ordem e,ao por-se de pé, percebeu que a saia de sua chefe parecia estranhamente curta, fazendo aparecer a polpa de sua bunda carnuda como também a renda no fim da meia calça preta que usava sob aquele pequenino conjunto vermelho. Mas, obviamente, não fez caso a questão. Até porque estranhamente seu coração palpitava mais rápido o que o normal: o que será isso? Pensou. Ela deixou-o entrar e ordenou que se sentasse na cadeira larga, enquanto fechava a porta e passava o trinco. Parecia mesmo que se tratava de um assunto sério, pois além da rápida palpitação, um estranho suadouro ebulia em sua fronte, neste momento. Ao olhar sua chefe percebeu que a sensação de calor era mútua, pois que ela agora desabotoava o seu conjunto e se despia. Mas começou a ficar confuso quando ela chegou-lhe bem pertinho e começou a respirar-lhe a nuca: se está com tanto calor, porque não se afasta? Era o raciocínio que ia tendo, quando foi agarrado pelo cabelo com força e num golpe teve sua boca posta por debaixo da saia da chefe cuja calcinha era posta para o lado num mesmo movimento com o corpo que pôs a saia para cima, enquanto procurava com o seu clitóris pelo lábio dele. Ela já sabia que tudo teria que fazer, por isso manejava com sabedoria e jeito a cabeça de seu subordinado, a tentativa dele de falar: o que estava acontecendo? se ela estava louca?, o que era aquilo? que acinte meu deus! eu exijo respei...to e coisas do gênero, ao invés de fazê-la parar, só dava - lha mais prazer dado o volume, intensidade e tom distinto de cada uma dessas frases. Assim, atingiu o seu primeiro orgasmo em pouco tempo. Já ele estava atônito e assim continuou quando ela, num gesto, escorregou com a língua pelo seu corpo enquanto desabotoava com maestria e rapidez toda sua camisa, deteve-se mais tempo na nuca dele e teve uma grata percepção: aquele ser estranho era extremamente asséptico. Enquanto lhe dava mordiscadelas na nuca e roçava o seu pescoço no barbeado diário do digno, que num gesto amacia e no contrário arranha, sentia erigir todos os seus pelos em arrepios intermitentes que lhe deixava com mais tesão e lhe endurecia os seios. Foi a eles quem recorreu logo após de se livrar do zípper e por a sua cueca de lado. Foi, na verdade, um subterfúgio para manter a aparência de comando, muito necessário para a obediência dos subordinados, porquanto na hora que fora retirar o pau dele da cueca não conseguiu fazê-lo com uma mão só, era deveras colossal. Foi, então, com as mãos e a boca diretamente para a cabeça do seu piru e em movimentos suaves e giratórios - que alternava com delicadeza a língua com os lábios e dedos úmidos - foi criando o espetáculo da paudurescência. A impossibilidade de pô-lo inteiro na boca, não só pelo comprimento, mas também pela grossura, foram compensados pelos movimentos ordenados de suas mãos, língua e boca que sugava todo o pequeno detalhe com tesão daquela zona erógena: desde o umbigo até os anus, passando pela virilha: arranhões, mordidas, chupadas, lambidas, cusparadas, batidas, novas chupadas, até o gogó, babada, punhetada, põe a camisinha na boca e num movimento único veste-lhe; o mundo entrava em erupção pra ele. Pois, quando sentia o seu corpo inteiro endurecer, todos os membros, mãos, braços, esfíncteres e pálpebras, ela parou. Levantou e suavemente introduziu aquele imenso e grosso pênis em sua vagina úmida e quente, latejante, sedenta, louca por ser penetrada, sentir um pau daquele entrando e indo ao fundo, dando –lhes pancadas uterinas e mesclando suavidade com rapidez, era tudo que desejava, mas por ora só introduziu a “cabecinha”. Ali se divertia, ali se comprazia ao ver a cara de espanto orgástico que tinha seu funcionário diante dela, ali em cima e rebolante da cabecinha, com seus dedos úmidos lhe tocando os seios duros, com as outra mão a segurar a crina de seu cavalo, ela cavalgava: só na cabecinha. Aos poucos, o molhado de sua buceta e o peso de seu corpo ia introduzindo mais e mais aquela pemba gigante em sua xoxota, tocando em diversos pontos sensíveis, enquanto ela o xingava e gritava feito louca, fazendo mover seu clitóris de forma espamódica e prazeroza, atingindo sue ponto G, que já a esta hora estava de um tamanho que poderia ser facilmente notado, assim teve o segundo orgasmo e o terceiro, num crescente que fazia ela se mover cada vez mais rápido e descontrolada, suas virilhas estavam encharcadas de tanto gozo e prazer, e no momento exato que ia chegando ao seu quarto orgasmo percebeu em seu mandado um leve tremor, seguido de um sorriso escapado de canto de rosto. Ao perceber que ele tinha gozado, ela se acalmou. Foi o bastante para ele recobrara o juízo vestir suas roupas e sem palavra alguma sair pela porta o mais rápido que pôde, ademais a tremedeira.

É bastante óbvio que o constrangimento de nossa personagem logo se transformou em raiva, ele jurava que iria se vingar, denunciá-la a justiça, desonrar-lhe a moral diante dos seus pares, mas depois de muito ponderar percebeu o quanto inverossímil era esta história, o quanto era denegrir a si próprio publicizá-la e a coisa que ele menos desejava, rapaz regrado e metódico, era denegrir a si próprio. De sorte que não lhe restou muito o que fazer com este episódio: ou ele o esquecia por completo (o que, convenhamos, há de ser impossível), ou ele escrevia um pequeno conto de três breves páginas, ou ele a relatava para algum escrevinhador inapto ter o trabalho de fazê-lo. Mas como sempre foi um homem sem ação e discreto, parece-me que não tomou resolução alguma.

Wednesday, November 14, 2007


Marlene, a puta vampira
(antes, ver Casablanca)

Em noites de lua cheia,
Marlene, tão bonita, se vestia
que ninguém entendia
porque se esgueirava
em ruas estreitas,
em becos e marquises.

Corria, na época,
história sem pé nem cabeça,
de que Marlene chupava homens
e usava seus sangues
para saciar a fome.

O que de Merlene sempre ouvi
era que seus beijos queimavam;
o que sempre percebi,
nos bares e esquinas,
eram vastos comentários sobre
sua técnica de amar:
loucas posições e
boca tentacular.

Cinco amigos meus
que saíram com Marlene,
morreram cinco dias depois,
de profunda anemia,
com pele amarela e
sorriso nos lábios.

Por Jairo da Costa Pinto Filho - em memória..

Tuesday, November 13, 2007

Histórias bacana (i) s N. 2

Acabava uma aula de terça feira, na noite ansiosa de uma semana de inverno, louco para alguém comer. Sabia muito bem que o bar era um lugar adequado para o híbrido custo/benefício. Explico: é que nas redondezas do Centro da Cidade há um bar que negocia 3 ampolas de cerveja por míseros 5 mangos. Foi lá que avistou, como sempre, as carcaças friáveis e noctívagas de uma vida bandida universitária. Ali havia meninices das que mais apreciava, porém se surpreenderia com o que lhe reservava aquela inocente noite.

Apenas o primeiro gole pode significar investimentos altos em psicotropia, para muitos. A aula na terça à noite sempre o faz escolher entre dois caminhos: esbórnia ou casa. Neste dia, como informado, a esbórnia vencera, mas não sem restrições: se lembrou da necessidade primordial que era comer alguém. Por conta de sua fama e status locais, daquela ruela underground negou muitas vezes todos os produtos oferecidos. Sendo fácil descartar essas coisas, se concentrou na missão porque, rapidamente, acabara de eleger uma vítima.

Ao insinuante convite para o bacanal, há os que se assustam: também pudera! Havia ali uma aura de confusa excitação em meio a putas drogadas, carros oficiais da Polícia Militar assombrando, alunos bêbados e raras alunas belas. Aliás, beleza era a única coisa que faltava naquela noite. E não ligava para isso, estava isento de qualquer cobrança ou exigência: sua pilha era pilhar aquela menina do bacanal oferecendo o que ela mais queria, além de sexo: maconha.

Então nos retiramos daquela viela triste e feliz para, ratos, levarmos aquela moça para um sítio seguro. Havia dito que há semanas não "trocava o óleo", e também havia dito que estava sem dinheiro. É bom que ela lembrasse deste detalhe, pois se fosse para pagar, iria ao puteiro. Ora! Não! Não faz a cabeça mais uma "foda financeira"! Ainda que mentirosos, ela não interrompeu o processo que levaria ao bacanal! Ao informar que ali haveria tudo, menos maconha, meu amigo nos largou no quarto e começamos a foder.

Minutos depois, antes mesmo do ato, ele volta ao quarto e agora está configurado o bacanal. Lembro que bebia uma cerveja gelada deitado e, feliz, percebi que estava precisando mesmo daquela sacanagem! Ela entendeu e não fez por menos; meu amigo estava meio mal, mas eu não vacilei. Tasquei-lhe vara até gozar na sua caroça feia e determinar que obtivera sucesso em ter ido para o bar, ao invés de ter rumado o caminho da roça. Reagindo bem ao resmungo do meu amigo, que disse “que merda, só tenho comido mulher feia!”, a menina afinal solta a seguinte frase: “dizem que ‘uma mulher foder com dois homens é coisa de puta’, mas pessoalmente acho que é questão de sorte!”. Então tá!