- porque dessa fruta eu chupo até o caroço! -

Monday, September 24, 2007

Choveu.

Havia um calor estranho, um calor que fazia suar para além do quente que estava. Um calor úmido, irascível, transbordante, um calor de anos, molhado e quente, como vapor, como vagina, como o útero, como as profundezas. Ela apareceu, e isto aturdiu o vento que soprou forte. Veio para provar a carne, o pescoço, a batata, a virilha, seu arroz insosso e seu pau rotundo. Eles se beijavam e tal qual o calor, a umidade aumentava, por entranhas e pêlos, pela mente- mente?- pelos membros enrijecidos, pelo tremor da carne, pelo forno, pela pequenez do mundo e suas belas virtudes, pelas limitações das relações humanas e dos indivíduos, e eles agora fundiam-se, e mais que dois é o infinito, todos sabemos. Saciaram a fome e a sede, a alma e o gozo, e os corpos teimaram novamente: se separaram.

Choveu.

2 comments:

rum rum said...

É por essas e outras que sabemos quando há dose cavalar de uma química feromonica.. Nem tanto...

Apenas expressar a confusao e a plenitude deste momento, já justifica este blog!
valeu lamarao

Obladi-Obladá said...

fúria feromonica que em muitos casos se acaba ao fim da esporrada e aí é aquilo que as velhas já falaram... no dia seguinte o terror continua bem ao seu lado na cama / você se vira e finge que é pesadelo, mas não demora e o pesadelo te chama..."
a parada é só pensar até gozar... depois disso vê no que dá